domingo, 6 de dezembro de 2009

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Murmúrios

Clan Of Xymox – “Losing My Head”

domingo, 1 de novembro de 2009

sábado, 31 de outubro de 2009

Poema inacabado

Olhar para ti é ver um poema inacabado, que não quero construir. Quero-o assim por terminar, assim por concluir…Quero, uma e outra vez perder-me nos caminhos que o teu olhar desfez…Aqueles que apenas tu sabes…aqueles onde só tu me vês…

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Murmúrios

>

Within Temptation – “Utopia” (feat. Chris Jones)

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

“Carlos Drummond de Andrade”

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Louca?

Louca?

Talvez seja loucura
Desejar um beijo teu
Suspirar por teus toques.
Me perder em desejos
Sonhar com você,
Acreditar em um amanhã
Ao seu lado…
Dizer a todos
Que seu coração vai ser meu.
Sei que serei louca.
Mas antes louca com os meus
Desejos realizados
Do que uma louca por perder
A chance de sonhar com você
Na minha
Realidade!!!

Murmúrios

Stardust - Take That – “rule the world”

domingo, 18 de outubro de 2009

Separação

Separar-se é sempre um acto de coragem, pois quando duas pessoas viveram juntas e se amaram, uma passa a existir dentro do coração da outra.

sábado, 17 de outubro de 2009

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

Murmúrios

Boyzone – “When You Say Nothing At All”

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Murmúrios

falco – “jeanny”

Difícil

É difícil dizer adeus, quando se quer ficar. É difícil sorrir quando se quer chorar, mas difícil é ter que esquecer quando se quer amar...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Saudade

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

"Clarice Lispector"

domingo, 11 de outubro de 2009

Murmúrios

David Guetta Feat. Kelly Rowland – “When Love Takes Over”

Clicks e Flashes

sábado, 10 de outubro de 2009

Sorriso

Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.

"Mahatma Gandhi"

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Murmúrios

a-ha – “Foot Of The Mountain”

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vivendo

Levemente
Azeda
magoada
ferida
transtornada
machucada.
Sorrindo?
Quase nada!
Vivendo!

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

Murmúrios

Neneh Cherry – “woman”

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Só para ver o Mar

Hoje sinto saudades...saudades de um tempo, de um espaço, de um momento, de um tom...
Saudades do infinito dos meus dias...saudades de quem fui, saudades de quem sou...
Saudades dos que se foram...
Saudades daqueles que partiram para terras distantes, deixando em mim a tatuagem de suas lembranças...
Uns mandam notícias breves, outros breves notícias, e alguns limitam-se a sentir saudades, posto que o tempo é espaço tomado de actividades que nos consomem a capacidade de sentimentos.
Queria estar ao teu lado e falar sobre coisas simples da vida, sobre os dias passados juntos.
Aquilo que aprendemos em separado, aquilo que aprendemos em conjunto, em dias que nem de longe imaginávamos o quanto éramos felizes....
Hoje, já aprendemos muito e ainda não sabemos nada....
Somos maiores, chegamos ao mundo dos adultos.
Mas o gosto da lembrança, a saudade por não nos vermos, ficou para sempre tatuado em mim.
Queria muito estar ao teu lado...
Falar das coisas do nosso coração partido...
Foi partido por perdas que o tempo se encarrega de petrificar.
Queria muito estar ao teu lado...nem que fosse por algumas horas, para relembrarmos velhos tempos....tempos bons....
Ainda somos crianças fantasiadas de adultos, posto que temos um papel a cumprir, mas assim que ficássemos a sós....a lembrança de nós, entraria em pauta e não teríamos pudores em voltarmos a ser quem somos em essência...
Queria muito estar ao teu lado, nem que fosse só para ver o Mar...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Murmúrios

Sisters of Mercy – “Dominion”

Jamais te deixes usar ou exibir como um troféu

Jamais te deixes usar ou exibir como um troféu. Sorrisos fáceis, relações superficiais, falsidade e futilidade são desvios em relação à grande estrada onde importa caminhar…

domingo, 4 de outubro de 2009

Clicks e Flashes

Murmúrios

Mercedes Sosa – “Gracias a La Vida”

Clicks e Flashes


Murmúrios

Milow – “Ayo Technology”

Onde estou?

Sinto-me só no meio da multidão
Já não oiço o canto do rouxinol
Apenas contemplo as curvas da noite
Com extrema melancolia
Ansiando um raio de sol
Que me viesse a alma beijar...
Ao fundo oiço as vozes que chamam por mim
Mas eu não estou ali
Apenas o meu corpo está
A minha alma vagueia sem norte
Em busca de um degrau á beira-mar
O silencio....
Apenas a subtil melodia
Do bater das ondas do mar
Mas as vozes continuam a chamar por mim
Reclamam a minha presença
Será que realmente me vêem?
Ninguém me vê
Apenas desejam que eu esteja presente
E eu a querer gritar
As minhas dores, os meus desalentos
Mas não posso
Em vez... esboço falsos sorrisos
Tão reais que se me olhasse ao espelho
Me convenceria a mim própria
De que estou feliz
E as vozes... jamais se calam
Onde estou?

sábado, 3 de outubro de 2009

Murmúrios

>

Straight To Number One – “Touch And Go”

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Estrada da Vida

Também na estrada da vida há sentidos Proibidos. Únicos, por vezes as manobras são perigosas e acidentam-nos a alma, outras vezes seguimos caminhos desconhecidos que nos levam além do desejo e do sonho. Inseguro? Arriscado? Talvez...

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

Murmúrios

Placebo - "Every you Every me”

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O amor é a invenção de tudo

Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência.

(Fernando Namora, in “Jornal sem Data”)

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

Clicks e Flashes

domingo, 27 de setembro de 2009

Murmúrios

Katy Perry – “Thinking Of You ”

Eu queria não te lembrar

Eu queria não te lembrar
Queria esquecer que um dia fui tua
E que tu foste meu
Queria apagar da memória os momentos que passamos
Nossas viagens, planos e sonhos
Queria acordar desse pesadelo
No qual te vejo dizendo adeus
Ao invés do sempre dito “até já”
Serás agora de outra
Uma felizarda que colherá o que semeei
Teu corpo pertencerá a outras mãos
Teus olhos admirados por outros olhos que não os meus
Mas o que me resta fazer?
Se o acto sem continuidade foi praticado por ti
De maneira convicta, sem dor e sem pena
Eu sei, já passou algum tempo
Mas as chagas ainda permanecem abertas
E sangram, sempre que tocadas
Minha boca ainda deseja a tua
E meu corpo pede o teu
Resta chorar
Se a paz acabou
Findou aquele sonho lindo
Hoje a realidade é dura e cruel
Porque me deixaste
Porque te foste...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Penso em Ti

Sei que a tua ausência parece ter o tamanho do infinito.
O tempo até tenta me convencer, mas no fundo sabemos que não ultrapassamos.
Todas as noites coloco os olhos no espaço e tropeço por entre as estrelas. Penso em ti. Nesse momento o meu pensamento começa onde começam os seus sonhos.
Impossível contar o tempo que eu passo sonhando. E o sol nunca se põe no meu mundo imaginário que insiste em iluminar os meus sonhos mais impossíveis.
Ninguém zela pela saudade com tanto carinho como eu. Ás vezes eu passo o dia todo procurando por nós dois, desejando o que preciso. Buscando-te, nos sonhos, no coração e na solidão.
Sei que é preciso uma eternidade para fazer a minha alma desistir, e mais do que uma vida para te esquecer.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aprendizagem amarga

Chega um dia em que o dia se termina
antes que a noite caia inteiramente.
Chega um dia em que a mão, já no caminho,
de repente se esquece do seu gesto.
Chega um dia em que a lenha já não chega
para acender o fogo da lareira.
Chega um dia em que o amor, que era infinito,
de repente se acaba, de repente.
Força é saber amar, perto e distante,
com o encanto rosa livre na haste,
para que o amor ferido não se acabe
na eternidade amarga de um instante.

domingo, 20 de setembro de 2009

Murmúrios

Oceana – “Cry Cry”

Silêncio dos sonhos

Em silêncio solto sonhos
lá fora a chuva cai
devagar
soltam-se lágrimas de saudade
guardadas entre as páginas
deste livro que folheio
calmamente
no mais profundo de mim
essência de pétalas e de mar
perfumes guardados no tempo
dos meus dias
recordo afectos partilhados
caminhos percorridos lado a lado
como girassóis floridos
em tempo de Primavera
hei-de amar-te a vida toda...

Murmúrios


Paolo Nutini – “Candy”

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Compreendi...

Compreendi que para ser feliz basta querer...
Aprendi que o tempo cura,
Que a mágoa passa,
Que a decepção não mata,
Que o hoje é reflexo de ontem...
Compreendi que podemos chorar sem derramar lágrimas,
Que os verdadeiros amigos permanecem,
Que a dor fortalece,
Que vencer engrandece...
Aprendi que sonhar não é fantasiar,
Que a beleza não está no que vemos e sim no que sentimos,
Que o valor está na conquista...
Compreendi que as palavras têm força,
Que fazer é melhor do que falar,
Que o olhar não mente,
Que viver é aprender com os erros...
Aprendi que tudo depende da vontade...
Que o melhor é ser nós mesmos...
Que o segredo da vida é VIVER!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Deixa-me seguir para o mar

Tenta esquecer-me...
Ser lembrada é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas reflectidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!

Aprendi...

Aprendi que não posso lutar pelo amor de alguém… Posso apenas esforçar-me por dar-lhe razões para me amar… Aprendi que por mais importantes que sejam certos aspectos da vida para mim, existirão sempre milhões de pessoas para quem esses aspectos não interessam rigorosamente nada… Aprendi que o castelo que demorei anos a construir, alguém o pode destruir em apenas alguns minutos… E que o importante é arranjar forças para voltar a reconstruí-lo… Aprendi também que muito vai demorar a tornar-me na pessoa que quero ser… Provavelmente isso vai até nunca acontecer… Mas que disso eu nunca irei desistir… Aprendi já que magoar é o que de mais fácil há de fazer… e também que perdoar é muitas vezes o mais difícil de conseguir… Aprendi também que o amor de um homem pode durar muito tempo… Mas é o amor dos pais e dos amigos que vai durar toda a vida! Aprendi que não se pode dizer a uma criança que os seus sonhos são impossíveis… Já sou adulta e detesto que digam isso dos meus… E sobretudo, aprendi que as mais doces palavras de amor perdem todo o seu sentido quando usadas sem critério. Aprendi ao fim e ao cabo o quanto é difícil traçarmos o nosso caminho pela vida… Por mais que não queiramos, acabamos sempre por ir parar à berma… e às vezes temos mesmo de iniciar um novo e longo caminho…

domingo, 6 de setembro de 2009

Hoje engoli o passado, amanhã quero viver!

Na calma do escuro, a voz que me condena, talvez insegura, com medo de quem sou.
Procuro a razão da dor que sentia, de ser mais um dia que nunca acabou…Mas agora é assim… Ganhei a coragem para dizer que eu só penso por mim e mesmo estando errada, não quero saber! Os meus pensamentos guardados em segredo e o medo de alguém os encontrar…Na guerra interior do certo ou errado, serei mais um soldado que os há-de enfrentar…Eu falo por mim….A vida é feita para viver e que seja para sempre assim e quanto ao passado, não quero saber….vou até ao fim!
Por isso, peço à vida que não me faça mais promessas, não me traga ilusões, pois palavras são palavras e eu vivo de emoções. As histórias falhadas, os desamores, as amizades conturbadas, as desilusões…. que levaram um pedacinho de mim, dessas só ficaram os retratos. Foram tempos que passaram e deixaram marcas dentro do meu coração…. E às pessoas a quem dei um retrato de mim e não o souberam guardar…apenas digo… nunca é tarde para nada na nossa vida!

Deixem-me AMAR!

Tenho os olhos tristes

Tenho os olhos tristes sempre prontos a chorar o presente ou o amanhã, tenho os olhos tristes e nada que no mundo há é capaz de mudar o que sinto dentro de mim. Então calo em mim o que sinto só para chorar devagar, choro o que se passa agora, o que se passa no amanhã que antevejo, no ontem que já vivi.
O meu olhar não é o horizonte de ninguém, é uma frase escrita na areia que o mar leva d
e rasteira logo no primeiro instante...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hoje sou livre

Hoje sou livre,
Livre como o vento...
Sigo o meu destino,
Como as ondas do mar...
Ao sabor do vento...
Ao sabor dos sonhos...
Olho para o horizonte,
E sei que a este mar,
Vou voltar...
Fecho os olhos...
Levam-me os sonhos...
Levam-me as nuvens...
Até um dia,
Praia da minha vida...
Ficam os meus sorrisos,
Marcados na areia...
Parte de mim...
Nessas pegadas,
Parte do meu mundo...
Sou livre para ir,
Livre para voltar...
E deixar marcas de mim,
Nesta areia,
A tua areia...
Até um dia...
Praia do meu presente....
Praia do meu futuro...
Praia dos meus sonhos...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ouvir

É preciso saber ouvir mais com o coração do que com os ouvidos.
O coração possui canais auditivos bem mais sensíveis e dispostos a ouvir e entender.
É preciso saber ouvir as palavras entreditas, mais do que as que foram claramente ditas.
Ouvir as palavras que restam na penumbra.
Ouvir não só os lábios, mas os olhos, os gestos, os passos que falam muito, e falam sempre.
Bem-aventurados são os que não ouvem só com os ouvidos.
Bem-aventurados são os que podem contar com quem não tem só ouvidos para ouvir.

domingo, 30 de agosto de 2009

Peço desculpa...por ser humana

Que fazer com os dias em que nos sentimos ausentes de nós mesmos? Que fazer dos momentos em que nos sentimos fracos, básicos e pouco sofisticados nas ideias?
Que fazer daquele instante em que falhámos redondamente no que quisemos dizer e tudo parece descarrilar a partir daí?
Que fazer da nossa imperfeição como pessoas? Eu não sei. Não vou saber nunca, porque sou humana e a minha condição enquanto ser humano, "é uma obra em construção". E como 'obra não acabada' que somos todos, somos muitas vezes inconvenientes, despropositados e injustos. Está na nossa natureza, estamos em permanente construção.
Na melhor das hipóteses, vamos aprendendo à custa do erro. Assumir que erramos é um passo em frente no que nos queremos edificar. Errado seria rejeitar as fraquezas em vez de trabalhá-las com a esperança de, amanhã, acordarmos melhores pessoas. Mas não somos apenas imperfeição, temos coisas boas que nos espreitam e que damos aos outros sem reservas, em acto de generosidade absoluta. Por vezes, somos magnânimos na entrega e inteiros na partilha.
Somos muitas coisas ao mesmo tempo e coisa nenhuma de uma só vez, porque não existem momentos absolutos e, mesmo que existissem, nunca chegaríamos a ser completamente perfeitos ou estupidamente imperfeitos.
E nos dias de alma vaga, é só isso que temos de entender para relativizar as horas cinzentas em que nos perdemos num nevoeiro de coisas que só têm a importância que lhe quisermos dar, porque, em si mesmas, nenhuma importância têm. Compreender os outros é compreendermo-nos a nós mesmos.
Ninguém é perfeito e ainda bem. Perdia-se a graça, a espontaneidade e a condescendência natural. E se fôssemos perfeitos seríamos tudo menos encantadores.

Seja como for, peço desculpa por todas as vezes que fico aquém das expectativas.

sábado, 29 de agosto de 2009

Mudança

Tudo é digno de mudança, o tempo, as horas, as pessoas, cada pessoa.
Eu também resolvi alterar, dar um rumo diferente à vida.
Até pequenos hábitos alimentares, de descanso, de trabalho tudo vai ser alterado.
Sim, também a forma de sentir algumas pessoas que chamam amor e comparam a vida de uma vela à vida de uma estrela.
Não vou argumentar, mas aprendi há muito que o amor não começa e acaba num clic.
Vamos dar tempo ao tempo e depois este responderá.
Quando achar por bem irei junto de todos vós, e como quem põe a mão sobre o vosso ombro recordar-vos-ei, então que a estrela ainda brilha enquanto a vela há muito se extinguiu.
Na praia agora vazia todos aguardam o próximo verão, os primeiros dias de calor da Primavera, os próximos dias de paixão em vão.
Foi bom ter-te conhecido no Outono, antecipando o Inverno. Cresce devagar, anda à chuva, ao vento e perdura.
Deixa-me antever o teu ser, a calma da tua voz, a serenidade do teu rosto, deixa-me flutuar sobre as tuas palavras a transparência da tua alma.
Explica-me porque antecipo o que sentes, porque me estico para te alcançar em sonhos de manhãs frias e tu me acordas e eu sinto-te aqui, estando tu além. Porquê?