sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Clicks e Flashes


Não me interessa o que você faz para viver.

Quero saber o que você deseja ardentemente, e se você se atreve a sonhar para encontrar os desejos do seu coração.

Não me interessa quantos anos você tem.

Quero saber se você se arriscaria a aparentar que é um tolo por amor, por seus sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa quais os planetas que estão em quadratura com a sua lua.

Quero saber se você tocou o centro de sua própria tristeza, se você se tornou mais aberto por causa das traições da vida, ou se tornou murcho e fechado por medo das futuras mágoas.

Quero saber se você se pode sentar com a dor, minha ou sua, sem se mexer para escondê-la, tentar diminuí-la ou tratá-la.

Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se você pode dançar loucamente e deixar que o êxtase tome conta de você dos pés à cabeça, sem a cautela de ser cuidadoso, de ser realista ou de lembrar das limitações de ser humano.

Não me interessa se a história que você está a contar é verdadeira.

Quero saber se você pode desapontar alguém para ser verdadeiro com você mesmo; se você pode suportar acusações de traição e não trair sua própria alma.

Quero saber se você pode ser leal, e portanto, confiável.

Quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o que vê não seja bonito todos os dias, e se você pode buscar a fonte da sua vida da presença de Deus.

Quero saber se você pode conviver com o fracasso, seu e meu, e ainda ficar à beira de um lago e gritar à lua cheia prateada: "Sim!" Não me interessa saber onde mora e quanto dinheiro você tem.

Quero saber se você se pode levantar depois de uma noite de tristeza e desespero, cansado e magoado até os ossos e fazer o que tem que ser feito.

Quero saber se você vai se colocar no meio do fogo comigo e não vai se encolher.

Não me interessa onde ou o que ou com quem você estudou.

Quero saber o que o segura por dentro quando tudo o mais fracassa.

Quero saber se você pode ficar só consigo mesmo e se você verdadeiramente gosta da companhia que consegue nos momentos vazios.


(Oriah Mountain Dreamer - O Convite)
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Não me interessa o que você faz para viver.

Quero saber o que você deseja ardentemente, e se você se atreve a sonhar para encontrar os desejos do seu coração.

Não me interessa quantos anos você tem.

Quero saber se você se arriscaria a aparentar que é um tolo por amor, por seus sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa quais os planetas que estão em quadratura com a sua lua.

Quero saber se você tocou o centro de sua própria tristeza, se você se tornou mais aberto por causa das traições da vida, ou se tornou murcho e fechado por medo das futuras mágoas.

Quero saber se você se pode sentar com a dor, minha ou sua, sem se mexer para escondê-la, tentar diminuí-la ou tratá-la.

Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se você pode dançar loucamente e deixar que o êxtase tome conta de você dos pés à cabeça, sem a cautela de ser cuidadoso, de ser realista ou de lembrar das limitações de ser humano.

Não me interessa se a história que você está a contar é verdadeira.

Quero saber se você pode desapontar alguém para ser verdadeiro com você mesmo; se você pode suportar acusações de traição e não trair sua própria alma.

Quero saber se você pode ser leal, e portanto, confiável.

Quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o que vê não seja bonito todos os dias, e se você pode buscar a fonte da sua vida da presença de Deus.

Quero saber se você pode conviver com o fracasso, seu e meu, e ainda ficar à beira de um lago e gritar à lua cheia prateada: "Sim!" Não me interessa saber onde mora e quanto dinheiro você tem.

Quero saber se você se pode levantar depois de uma noite de tristeza e desespero, cansado e magoado até os ossos e fazer o que tem que ser feito.

Quero saber se você vai se colocar no meio do fogo comigo e não vai se encolher.

Não me interessa onde ou o que ou com quem você estudou.

Quero saber o que o segura por dentro quando tudo o mais fracassa.

Quero saber se você pode ficar só consigo mesmo e se você verdadeiramente gosta da companhia que consegue nos momentos vazios.


(Oriah Mountain Dreamer - O Convite)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Para lá de...


Não tenho culpa de ter asas no pensamento. Daquelas que me elevam para lá das nuvens, para lá dos limites da razoabilidade, para lá de qualquer galáxia ousadamente sonhada. Não tenho culpa se a razão, essa bastarda, nada me diz, em nada me orienta. Não tenho culpa de preferir flutuar por cima de tudo isso a ter os pés estancados no plano das coisas terrenas. Não tenho culpa de não pensar racionalmente nas coisas para lhes alargar o âmbito palpável. Prefiro-as assim. Moldáveis e flutuantes. Pois a lógica da razão alaga-me de coisas instáveis e inquietantes.

domingo, 14 de novembro de 2010

Murmúrios

Lady Antebellum – “I was Here”

Na língua dos sentidos


No mundo da culinária, o lume brando é um conceito sábio. O aquecimento gradual e ponderado potencia o sabor, minimiza os riscos de esturrar as iguarias e de queimar a caçarola. Já no mundo das emoções, o lume brando é um sarilho. Elas precisam de ferver. De borbulhar. De fazer saltar a tampa nos locais mais insuspeitos. Precisam de excesso de vapor e de pimenta. Na língua dos sentidos, a chama curta corre sérios riscos de se desvanecer à mínima corrente de ar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ilusão Vs mentira

Eu gosto de ilusão. Gosto de sonhar, de imaginar um futuro melhor, de pensar utopias, daquelas que – conscientemente – podem nunca acontecer mas que nos servem de farol. Nem me importo de pagar por elas. Pago por um bom momento de ilusão, como quando vou ao cinema ou a outro espectáculo, quando leio um livro ou, simplesmente, quando me sento em frente à televisão para sentir o suspense de uma série.
Que bom que é viver e ter ilusões. Mas não confundamos as coisas… É bom viver e TER ilusões. Não é bom VIVER de ilusões. Há um dia em que tomamos consciência de que não se pode viver eternamente de ilusões. A realidade é sempre melhor, mesmo quando é pior!
Não tenho ilusões: a minha realidade não é a realidade do próximo, tal como o não são as minhas verdades. Falemos de situações factuais, do senso comum e de enganos conscientes.
Passemos então para a mentira. A mentira é um tipo de ilusão. Porque será que tantos escolhem viver em mentira? Uns em mentiras suaves, outros em mentiras profundas, mas mentiras. Não deixam de ser mentiras.
É aquele vendedor que vive na mentira do lucro. Vende tudo pelo preço mais alto que consegue, mesmo se aquele produto nada vale ou, pior, se não tem valor para o cliente. Ele sabe usar a ilusão. Ilude o cliente, fá-lo acreditar que precisa daquilo. Ilude-se a ele por acreditar que vender – só por vender – é bom.
É o amigo que não conta o que sabe ser importante para o outro, não se dá a conhecer tal como é, esconde-se em falsas verdades, (Caberá isto no conceito de amigo?).
É o colega de trabalho que procura criar uma imagem de si e outra do colega para chegar onde pensa querer (Valerá isto apena?).
É o professor que passa o aluno sem saber (Será isto aceitável?).
É o político que promete – o que sabe não ser possível – para manter ou conseguir o lugar (Conseguirá?).
É o jornalista que transforma a notícia (Que notícia? De outra coisa que, embora possível, foi apenas imaginada?).
Mas é também o padeiro que rouba no peso do pão. É o mecânico que substitui a peça sem necessidade. É a burocracia incompreensível, com objectivos não assumidos. É o casal que se engana. É a história mal contada. É! …
Depois de lermos este texto pensemos nisto: na vida, na verdade e na mentira…apesar de “andar meio mundo a enganar outro meio”, não devíamos pensar em tentar mudar isto???
Pessoalmente, por mais dura e cruel que seja a verdade, prefiro-a à ilusão/mentira.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Murmúrios

Clan Of Xymox – “Losing My Head”

domingo, 1 de novembro de 2009