
Que fazer daquele instante em que falhámos redondamente no que quisemos dizer e tudo parece descarrilar a partir daí?
Que fazer da nossa imperfeição como pessoas? Eu não sei. Não vou saber nunca, porque sou humana e a minha condição enquanto ser humano, "é uma obra em construção". E como 'obra não acabada' que somos todos, somos muitas vezes inconvenientes, despropositados e injustos. Está na nossa natureza, estamos em permanente construção.
Na melhor das hipóteses, vamos aprendendo à custa do erro. Assumir que erramos é um passo em frente no que nos queremos edificar. Errado seria rejeitar as fraquezas em vez de trabalhá-las com a esperança de, amanhã, acordarmos melhores pessoas. Mas não somos apenas imperfeição, temos coisas boas que nos espreitam e que damos aos outros sem reservas, em acto de generosidade absoluta. Por vezes, somos magnânimos na entrega e inteiros na partilha.
Somos muitas coisas ao mesmo tempo e coisa nenhuma de uma só vez, porque não existem momentos absolutos e, mesmo que existissem, nunca chegaríamos a ser completamente perfeitos ou estupidamente imperfeitos.
E nos dias de alma vaga, é só isso que temos de entender para relativizar as horas cinzentas em que nos perdemos num nevoeiro de coisas que só têm a importância que lhe quisermos dar, porque, em si mesmas, nenhuma importância têm. Compreender os outros é compreendermo-nos a nós mesmos.
Ninguém é perfeito e ainda bem. Perdia-se a graça, a espontaneidade e a condescendência natural. E se fôssemos perfeitos seríamos tudo menos encantadores.
Seja como for, peço desculpa por todas as vezes que fico aquém das expectativas.
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